Há alguns anos eu li um livro onde estudantes brasileiros possuíam certa missão, e para cumpri-la, necessitavam viajar para alguns países no mundo que possuem o português como idioma oficial. Com o passar dos dias, eles aprendem que algumas palavras variam seu significado de acordo com a localidade. Se eu não me engano, em São Tomé e Príncipe, uma “banheira” possui o mesmo sentido que o de um “barco” em nosso país. Enfim, essa palavra, dentre algumas outras, sofrem mudança de seu significado dependendo do lugar em que nos encontrarmos.Passado várias semanas, ao regressarem para o Brasil a fim de finalizar a missão, ainda durante a viagem uma das estudantes constata que dentre todos os países por onde eles passaram a palavra SAUDADE não possuiu modificação em seu significado. Então a SAUDADE será sempre SAUDADE nesses países, e da mesma forma que não varia na denotação, também não varia na conotação. A saudade sempre sufoca, traz tristeza, até mesmo nos torna pessoas ansiosas por querer encerrá-la o mais rápido possível. A saudade somente nos ajuda a descobrir quem realmente nos faz falta. Até mesmo porque não é nada comum, nem saudável, encontrar alguém que sinta falta de algo que lhe fazia mal. Portanto, a saudade possui seus extremos, às vezes ela se encerra quando nos encontramos com a sua razão, e às vezes não. Possuo os extremos da saudade dentro de mim, com algumas tenho que me conformar, pois não posso mudar as coisas naturais da vida, mas as outras, ah! com esse tipo de saudade quero acabar logo, pois como já sei que a razão de sua existência é essencial para a minha existência, acabo por viver agoniada e ansiosa afim de liquida-la o mais rápido possível. Quero encontrá-lo de novo... Ah, que saudade!
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